quarta-feira, 30 de setembro de 2015

01/10/15 - A casa de Jacó Abandonada: O Terror do Julgamento de Deus - Isaías 2.1-22

A casa de Jacó Abandonada:
O Terror do Julgamento de Deus
Isaías 2.1-22
Grande Ideia: O Senhor humilha aquele que se exalta; pois, só Ele é digno de louvor e exaltação.

Atribui-se a C.S. Lewis, a seguinte frase: “você não deve se perguntar se é uma pessoa orgulhosa; e sim, o quão orgulhoso você é.” A tese de Lewis é de que em certa medida todo homem é orgulho, alguns em maior escala e outros em menor escala, mas no final das contas, todos são orgulhosos.
A Bíblia condena claramente o homem altivo. Veja as seguintes passagens:
Provérbios 16.18: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.”
Provérbios 29.23: “A soberba do homem o abaterá, mais o humilde de espírito obterá honra.”
Lucas 18.14: “[...] porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”
Mateus 23.12: “Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si mesmo se humilhar, será exaltado.”
Deus não suporta o homem orgulho. A humildade deve ser característica marcante em um Cristão; mas, sabemos que nem sempre o é. No entanto, este não é um problema exclusivamente nosso, moderno. O orgulho, a soberba, a altivez, são problemas presentes entre o povo de Deus desde antes da encarnação do Verbo.
Vejamos a situação da nação do sul, Judá e Jerusalém.
O povo eleito de Deus para ser como Deus, havia se tornado como todos os povos. Judá não conhecia o Senhor, seus lideres se envolveram com povos e rituais pagãos. A religiosidade de Judá não refletia a realidade da vida espiritual deles e Deus, por sua vez denuncia o pecado da nação e rejeita todo “culto” por parte da nação prostituta. No entanto, há uma palavra de esperança que no capítulo 1 alterna com a denúncia e sentença de Yahweh contra Judá. O capítulo 2.1-5 contrasta claramente com os versos posteriores, é uma promessa de esperança. No entanto, o verso cinco é uma exortação: “Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor.”
Neste ponto, fica a questão: por que Judá precisa aprender a andar na luz mesmo diante de uma palavra de esperança futura? A resposta é muito clara: o povo de Judá precisava aprender a andar na luz, porque embora houvesse esperança no futuro, o presente da nação era de rebeldia contra o Senhor; e tal postura, redundaria em juízo.
No capítulo 1, percebemos que a rebeldia de Judá residia na idolatria. No capítulo 2.6-22, percebemos que essa idolatria, era também, uma espécie de “culto de si mesmos”; Judá adorava suas próprias obras, suas conquistas e prosperidade. Eram “autossuficientes.” No entanto, todo orgulho de Judá, bem como suas conquistas, seriam reduzidos a nada; pois no ultimo dia, só o Senhor será exaltado.
Observando de mais perto, podemos dividir nossa passagem em três partes:
Is. 2.6-11: Satisfeitos, porém vazios;
Is 2.12-17: Altivo, porém abatido;
Is 2.18-22: Reduzidos às cavernas.
Nesta divisão, podemos observar bem a situação de Judá, bem como as consequências por seus pecados. O Senhor abandonou seu povo, e talvez não haja pior estado que este. No entanto, Judá não ficaria impune. Yahweh humilharia a nação soberba e se exaltaria. Os ídolos de Judá seriam destruídos e, o povo orgulhoso por suas conquistas e posses, buscariam refugio nas cavernas, no entanto, não há nada que possa deter o juízo terrível de Deus.
O verso 22 é um poderoso sumario da passagem: “Afastai-vos por do homem”. Segundo John Oswalt[1], Esse versículo esclarece que a passagem não poderia estar falando principalmente da idolatria. Ela não nos informa sobre o que “é feito dos ídolos”. Ao contrário, ela nos informa sobre o que será feito com o homem. A idolatria é um resultado, não uma causa. É a exaltação do homem que resulta em idolatria. O Problema é a tendência dos seres humanos de tornar-se o centro de todas as coisas e de explicar todos as coisas em termos de nós mesmos. Existe algum motivo para gloriar-se na humanidade? Absolutamente nenhum.
“Tu reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens. Pois mil anos, aos teus olhos, são como a dia de ontem que se foi e como a vigília da noite. Tu os arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada; de madrugada, viceja e floresce; a tarde murcha e seca. Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Diante de ti pusestes as nossas iniquidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos.” Salmo 80.3-8

Conclusão:
De certa forma, o problema do homem sempre foi a “autossuficiência” – Desde o princípio Gn 3.5-6. Para John Piper, “Conhecimento do bem e do mal” é independência/autossuficiência. Adão e Eva decidiram por si mesmos o que era bom e oque era mal. Assim, comer da árvore, era uma declaração de independência de Deus.
 Mas, essa “independência”, só trouxe problemas ao homem:
 O pecado entrou no mundo;
 A morte entrou no mundo;
 Tanto o homem quanto a natureza estão debaixo da maldição do pecado;
 Há consequências terríveis por conta desta rebelião.
 Quem pode resolver essa situação? Somente Cristo. N’Ele, somos restaurados à comunhão com Deus; e, todo ira do Senhor contra o homem rebelde e orgulhoso, é aplacada por meio de seu sangue derramado na cruz. No entanto, o homem rebelde e “autossuficiente”, no ultimo dia perecerá. Submetamo-nos, portanto, à autoridade e governo de Deus.

Perguntas para reflexão:
1.      Por que Deus abandonou seu povo? Isaías 2.6-9.
2.      Por que o julgamento de Deus deveria cair sobre toda raça humana? Por que Judá não é diferente e o que ela deveria fazer sobre isso?
3.      Como Deus lida com o homem orgulhoso?
4.      Você é uma pessoa orgulhosa? Ou, segundo a lógica de Lewis, o quanto você é orgulhoso?
5.      O que você pode fazer para mudar?


Por
Ben-Hur Judah Lisboa Lefol Ramos




[1] OSWALT, John. Isaías. Cultura Cristã: São Paulo, SP, 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário