A casa de Jacó
Abandonada:
O Terror do Julgamento
de Deus
Isaías
2.1-22
Grande Ideia: O Senhor
humilha aquele que se exalta; pois, só Ele é digno de louvor e exaltação.
Atribui-se a C.S.
Lewis, a seguinte frase: “você não deve se perguntar se é uma pessoa orgulhosa;
e sim, o quão orgulhoso você é.” A tese de Lewis é de que em certa medida todo
homem é orgulho, alguns em maior escala e outros em menor escala, mas no final
das contas, todos são orgulhosos.
A Bíblia condena
claramente o homem altivo. Veja as seguintes passagens:
Provérbios 16.18: “A
soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.”
Provérbios 29.23: “A
soberba do homem o abaterá, mais o humilde de espírito obterá honra.”
Lucas 18.14: “[...]
porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será
exaltado.”
Mateus 23.12:
“Qualquer, pois, que a si mesmo se exaltar, será humilhado; e qualquer que a si
mesmo se humilhar, será exaltado.”
Deus não suporta o
homem orgulho. A humildade deve ser característica marcante em um Cristão; mas,
sabemos que nem sempre o é. No entanto, este não é um problema exclusivamente
nosso, moderno. O orgulho, a soberba, a altivez, são problemas presentes entre
o povo de Deus desde antes da encarnação do Verbo.
Vejamos a situação da
nação do sul, Judá e Jerusalém.
O povo eleito de Deus
para ser como Deus, havia se tornado como todos os povos. Judá não conhecia o
Senhor, seus lideres se envolveram com povos e rituais pagãos. A religiosidade
de Judá não refletia a realidade da vida espiritual deles e Deus, por sua vez
denuncia o pecado da nação e rejeita todo “culto” por parte da nação
prostituta. No entanto, há uma palavra de esperança que no capítulo 1 alterna
com a denúncia e sentença de Yahweh contra Judá. O capítulo 2.1-5 contrasta
claramente com os versos posteriores, é uma promessa de esperança. No entanto,
o verso cinco é uma exortação: “Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do
Senhor.”
Neste ponto, fica a
questão: por que Judá precisa aprender a andar na luz mesmo diante de uma
palavra de esperança futura? A resposta é muito clara: o povo de Judá precisava
aprender a andar na luz, porque embora houvesse esperança no futuro, o presente
da nação era de rebeldia contra o Senhor; e tal postura, redundaria em juízo.
No capítulo 1,
percebemos que a rebeldia de Judá residia na idolatria. No capítulo 2.6-22,
percebemos que essa idolatria, era também, uma espécie de “culto de si mesmos”;
Judá adorava suas próprias obras, suas conquistas e prosperidade. Eram
“autossuficientes.” No entanto, todo orgulho de Judá, bem como suas conquistas,
seriam reduzidos a nada; pois no ultimo dia, só o Senhor será exaltado.
Observando de mais
perto, podemos dividir nossa passagem em três partes:
Is. 2.6-11:
Satisfeitos, porém vazios;
Is 2.12-17: Altivo,
porém abatido;
Is 2.18-22: Reduzidos
às cavernas.
Nesta divisão, podemos
observar bem a situação de Judá, bem como as consequências por seus pecados. O
Senhor abandonou seu povo, e talvez não haja pior estado que este. No entanto,
Judá não ficaria impune. Yahweh humilharia a nação soberba e se exaltaria. Os
ídolos de Judá seriam destruídos e, o povo orgulhoso por suas conquistas e
posses, buscariam refugio nas cavernas, no entanto, não há nada que possa deter
o juízo terrível de Deus.
O verso 22 é um
poderoso sumario da passagem: “Afastai-vos por do homem”. Segundo John Oswalt[1],
Esse versículo esclarece que a passagem não poderia estar falando
principalmente da idolatria. Ela não nos informa sobre o que “é feito dos
ídolos”. Ao contrário, ela nos informa sobre o que será feito com o homem. A
idolatria é um resultado, não uma causa. É a exaltação do homem que resulta em
idolatria. O Problema é a tendência dos seres humanos de tornar-se o centro de
todas as coisas e de explicar todos as coisas em termos de nós mesmos. Existe
algum motivo para gloriar-se na humanidade? Absolutamente nenhum.
“Tu
reduzes o homem ao pó e dizes: Tornai, filhos dos homens. Pois mil anos, aos
teus olhos, são como a dia de ontem que se foi e como a vigília da noite. Tu os
arrastas na torrente, são como um sono, como a relva que floresce de madrugada;
de madrugada, viceja e floresce; a tarde murcha e seca. Pois somos consumidos
pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Diante de ti pusestes as nossas
iniquidades e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos.” Salmo 80.3-8
Conclusão:
De certa forma, o problema
do homem sempre foi a “autossuficiência” – Desde o princípio Gn 3.5-6. Para
John Piper, “Conhecimento do bem e do mal” é independência/autossuficiência.
Adão e Eva decidiram por si mesmos o que era bom e oque era mal. Assim, comer
da árvore, era uma declaração de independência de Deus.
Mas, essa
“independência”, só trouxe problemas ao homem:
O pecado entrou no
mundo;
A morte entrou no
mundo;
Tanto o homem quanto
a natureza estão debaixo da maldição do pecado;
Há consequências
terríveis por conta desta rebelião.
Quem pode resolver
essa situação? Somente Cristo. N’Ele, somos restaurados à comunhão com Deus; e,
todo ira do Senhor contra o homem rebelde e orgulhoso, é aplacada por meio de
seu sangue derramado na cruz. No entanto, o homem rebelde e “autossuficiente”,
no ultimo dia perecerá. Submetamo-nos, portanto, à autoridade e governo de
Deus.
Perguntas para
reflexão:
1.
Por que Deus abandonou seu povo? Isaías
2.6-9.
2.
Por que o julgamento de Deus deveria
cair sobre toda raça humana? Por que Judá não é diferente e o que ela deveria
fazer sobre isso?
3.
Como Deus lida com o homem orgulhoso?
4.
Você é uma pessoa orgulhosa? Ou, segundo
a lógica de Lewis, o quanto você é orgulhoso?
5.
O que você pode fazer para mudar?
Por
Ben-Hur Judah Lisboa
Lefol Ramos
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