quarta-feira, 21 de outubro de 2015

22/09/2015 - Lamento pela Vinha de Deus - Isaías 5.1-30

LAMENTO PELA VINHA DE DEUS
A ira do Senhor se acende contra o seu povo, quando este rejeita a Sua Lei e despreza a Sua Palavra.
Isaías 5.1-30
O capítulo 5 começa com um poema famoso de lamento, onde, sob a imagem da vinha infrutífera, o povo de Deus é advertido novamente, com grande urgência, sobre o vindouro dia do acerto de contas à luz da destruição devastadora que deveria ocorrer.
Mas se há alguma esperança, como ele se relaciona com o julgamento e como ela será concretizada? Como pode a cidade infiel se tornar a cidade fiel?
Os problemas que o profeta apresenta nessa passagem ressaltam, ainda mais, a justiça de Deus. Os sintomas sociais, ou pecados narrados no texto, revelam uma doença espiritual; o povo é enganado pelo pecado (v. 18-19), reverte os absolutos morais de Deus (v. 20) e é tolo o bastante para imaginar ser autossuficiente (v. 21), pensando ser meramente autoindulgente (v. 22-24), ou seja, é sábio aos seus próprios olhos pensando ser capaz de conceder perdão a si mesmo.
Não é à toa que este capítulo termina com escuridão incessante e grande angústia (v.30).
Por essa razão podemos afirmar que a ira do Senhor se acende contra o seu povo, quando este rejeita a Sua Lei e despreza a Sua Palavra.
1- O ZELO DO SENHOR E A CORRUPÇÃO DO POVO (v. 1-7)
O profeta inicia este capítulo apresentando, em forma de um cântico ou de um poema, a vinha de alguém que lhe era muito caro, uma pessoa amada.
Após expor o tema dessa canção ou desse poema, ele começa a descrever a vinha desse amigo, mostrando que se tratava de uma vinha extremamente favorecida: estava localizada em uma colina, cuja terra era muito fértil e, além desse privilégio, ainda era cuidada com todo o zelo pelo seu dono que afofava a terra, limpava as ervas daninhas e as pedras. Não somente isto, mas o dono da vinha também construiu ali uma torre e um tanque onde as uvas seriam pisadas para se extrair o vinho.
Mas o resultado não foi o pretendido: em lugar de uvas boas, a vinha produziu uvas bravas; pequenas, amargas e nada se podia fazer com elas.
Agora, no verso 3, não temos mais o profeta se referindo à vinha, mas sim o seu próprio dono.
Ele convoca os moradores de Jerusalém e de Judá a se pronunciarem acerca daquilo que deveria fazer diante da seguinte situação: plantou a vinha, cuidou dela, mas seus frutos não eram bons. Como não havia mais nada a se fazer com a vinha má, provavelmente o veredito do povo tenha sido na direção de apoiar ao senhor da vinha a deixa-la de lado, abandoná-la para que ela perecesse.
Interessante voltarmos olhos para o relato de II Samuel 12.1-7a, quando o profeta Natã repreende a Davi por conta do pecado cometido pelo Rei. Davi se ira contra o personagem da
história narrada pelo profeta. Contudo, aquele homem cruel apesentado por Natã, era o próprio
Rei Davi.
Não somos diferentes de Jerusalém, de Judá ou do Rei Davi; muitas vezes somos prontos
a apontar os pecados dos outros e nos esquecemos dos nossos, afinal de contas, há esperança,
há perdão e não há com o que nos preocuparmos. Será?
De fato, há esperança, mas essa esperança não nos tira do presente, nem nos afasta
da nossa responsabilidade diante do pecado.
No verso 7, então, Isaías retoma o discurso e esclarece que o senhor da vinha é o Deus
Yahveh e a vinha, é a casa de Israel.
2- “AIS” – A IRA DE DEUS CONTRA OS QUE REJEITAM A SUA LEI (v. 8-25)
Esse bloco nos apresenta uma lista de problemas que são relacionados pelo profeta.
I. Cobiça/avareza – expandem suas propriedades infinitamente, mas haverá um tempo onde
essas casas estariam abandonadas (v. 8-10);
II. Libertinagem/orgias – amor ao prazer e abuso da bebida, mas a festa seria encerrada
com cativeiro, fome, sede (v. 11-17);
III. Arrogância/iniquidade – pecadores desavergonhados; zombam de Deus, pedindo uma
execução antecipada do Seu plano (v. 18-19);
IV. Perversão – falsificadores da verdade (v. 20);
V. Injustiça/orgulho – rejeitam a instrução divina por meio do profeta (v. 21);
VI. Excessos/corrupção – negam a justiça (v. 22-23).
Rejeitam a lei do Senhor e desprezam a Sua Palavra. Por isso se acende a ira do
Senhor contra o seu povo, contra a sua vinha. (v. 25).
Por causa do pecado, nossa carne odeia tudo em Deus. Essa afirmação pode parecer muito
dura, mas é real.
Olhando para carta de Paulo aos Gálatas, capítulo 5, versos 19 a 21, vemos uma relação
de pecados que constantemente estão diante de nós, alimentando o pendor da nossa carne.
Contudo, há no final desse bloco a sentença contra aqueles que vivem na prática do pecado de
forma contumaz, sem que esse pecado lhes cause qualquer constrangimento ou aponte para a
necessidade de arrependimento.
3- A JUSTA RETRIBUIÇÃO (v. 26-30)
É possível que a descrição feita nestes versos seja referente à Assíria, por conta do seu
poderio militar, sua disposição para a guerra e a crueldade com a qual subjugava os povos
inimigos (v. 29 – “... arrebatam a presa e não há quem a livre”).
É importante lembrarmos que mesmo nações ímpias que se levantaram contra o povo de
Deus, não passavam de instrumentos nas mãos de Deus. Egito, Babilônia, Assíria, Pérsia, mesmo
confiando em todo o seu poderio, sempre estiveram a serviço de Yahveh, para cumprir os Seus
propósitos em relação ao Seu povo. (Isaías 10.5-6).
Diante dessa cena não haveria tranquilidade para Israel por onde quer que fosse, pois, o seu pecado seria constantemente tratado por Deus e esse tratamento era manifestado através de juízo, punição e uma correção severa.
Contudo, mesmo diante de uma nação ímpia e tão cruel como era a Assíria, esse não era o maior problema do povo e não deveria ser a razão primeira do seu temor.
O maior problema daquele povo, que é também o nosso problema hoje, está descrito nas palavras de Jesus, narradas pelo evangelista Lucas, no capítulo 12, verso 5:
“Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, a esse deveis temer.”
Conclusão:
Essa é uma mensagem dura. As palavras do profeta, mais uma vez, apontam o pecado e a dureza no coração do povo. Por essa razão, o juízo de Deus seria derramado justamente.
Mas precisamos dessa mensagem sombria, dura, porque Deus não só expõe o pecado do povo, mas Ele vai agir contra esse pecado.
Como é então que a exposição do pecado e da promessa de julgamento pode nos trazer esperança?
A esperança consiste no fato de que, uma vez conscientes do nosso pecado, devemos abandoná-lo, lutar contra ele e vivermos em novidade de vida, segundo as leis estabelecidas por Deus e segundo o que se exige daqueles que tiveram suas vidas transformadas pelo Cordeiro.
Nossa carne odeia tudo em Deus, pois para satisfazermos os desejos dela, precisamos estar distantes da Lei de Deus e de Sua Palavra. Mas quando estamos debaixo da Lei de Deus e de Sua Palavra, nossa carne vai sendo mortificada a cada dia, pois não é alimentada como deseja. Isso é santificação, e sem santificação ninguém verá o senhor, conforme Hebreus 12.14.
Se somos filhos de Deus, devemos viver como filhos de Deus.
Se fomos, de fato, lavados no sangue do Cordeiro, temos um padrão a seguir. Esse padrão é CRISTO!
Bibliografia
OSWALT, John. Isaías. Cultura Cristã: São Paulo, SP, 2011. JACKMAN, David. Teaching Isaiah. London: Proclamation Trust Media. 2010.

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