domingo, 18 de outubro de 2015

15/10/2015 - Esperança em meio a condenação - Isaías 4. 2-6

Esperança em meio a condenação
O Senhor promete restauração à nação pactual: o glorioso futuro garantido pelas promessas de Deus.
Isaías 4.2-6

O livro de Isaías é conhecido por suas mensagens duras ao povo de Israel no Antigo Testamento.
Imagine o leitor do profeta diante das sentenças de juízo anunciadas. Imagine a reação deles diante de palavras tão terríveis. Talvez, alguns, por causa da dureza de seus corações, pudessem até permanecer indiferentes. Possivelmente essa indiferença fosse a reação da maioria.
Mas imagine também o contrário: o ouvinte ou leitor que perante à mensagem tão difícil, sente-se tocado e, desesperado, busca uma solução. Seu destino parece ser terrível e sem saída. De fato, sem as palavras de esperança dos capítulos 2.1-5 e 4.2-6, o leitor original não poderia ver uma luz no fim do túnel. Sem elas, a única resposta que faria sentido seria o total desespero, pois, o juízo teria como único objetivo a punição.
Mas, em meio a terrível sentença anunciada pelo profeta Isaías contra o povo de Judá e Samaria nos capítulo 1 e 2.6-4.1 surge uma promessa contrastante entre aquilo que Israel é e aquilo que Israel será. A “prostituta” seria mais uma vez chamada cidade fiel.

A Promessa do Renovo
A esperança de Judá diante da sentença anunciada nos capítulos anteriores estaria no Renovo do Senhor. Para alguns, este “Renovo” é uma referência ao próprio povo de Israel. No entanto, o profeta Jeremias nos apresenta uma outra compreensão quando faz a seguinte afirmação: “Eis que vem dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e rei que é, reinará e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, como que será chamado: Senhor, Justiça nossa” (Jeremias 23.5-6). A partir dessas palavras podemos ver que Judá e Israel serão beneficiadas nos dias do Renovo, portanto, Judá e Israel não são o renovo. Na verdade, segundo o pesquisador do Antigo Testamento, John Oswalt, Israel procede dele de maneira graciosa. Este Renovo que reinará é, portanto, uma referência ao próprio Messias, ou seja, uma referência a Jesus Cristo. A glória e o orgulho de Judá – que antes estava em suas próprias obras - estaria em Jesus, aquele que é o mediador da glória de Deus (João 1.).

A Promessa da Santificação
Uma nação que se tornou tão diferente do Senhor em seu caráter moral, “naquele dia”[1], virá a ser santa. É, portanto, na santificação do povo da aliança que reside o propósito do juízo e da redenção. Por isso, David Jackman, um renomado teólogo e pastor inglês, afirma que a disciplina de Deus tem um propósito restaurador. Deus quer que seu povo seja santo. Em parte, porque pertencemos à Ele e, em parte, porque temos como dever a manifestação do caráter divino. 

A Promessa de Proteção

A linguagem usada pelo profeta nessa passagem deve ter levado seu leitor a uma profunda reflexão em relação aos acontecimentos do passado. Ela levaria o povo de Judá a considerar o pacto de Deus, ao qual, Ele é fiel. Assim como foi a proteção de Yahweh[2] sobre o povo de Israel quando saíram do Egito, assim seria novamente. No entanto esta proteção não é restrita a uma nação específica, mas é possessão de todos o que adoram o Deus de Sião.
O mesmo fogo que os purifica, é agora sua proteção e segurança. John Oswalt afirma: “E assim o autor está dizendo que não há nada no universo criado que possa prejudicar os que pertencem a Deus.”
Lembramos aqui das palavras do salmista:
“O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente e diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem me refugio.” (Sl. 91.1)

Conclusão
Concluímos, a partir da reflexão feita acima, que não é prudente desconsiderar o sofrimento. Pode ser que ele seja Deus nos guiando à auto avaliação e, por conseguinte, ao arrependimento. Neste sentido, as lutas da vida, as dores e o castigo divino são bençãos de Deus.
Esta é também uma palavra de esperança para aqueles que sofrem. Na verdade, todos sofrem, mas, há aqueles que sabem em quem repousar seu coração em tempos de angustia. Outros, diante das lutas, não vêem alternativa alguma para seus problemas e por isso apenas aguardam em desespero as piores coisas.
Aos que chegaram à consciência de sua carência, pecado e dependência de Deus, este texto os convida a colocar suas expectativas em Jesus. Ele é a luz do mundo, a luz no final do túnel, o refrigério em tempos de aflição, a salvação para o homem condenado pela culpa e pelo pecado herdado de nossos pais. Coloque, portanto, seu coração e fé em Jesus.
Em Deus podemos nos sentir seguros. Ele é aquele que nos protege; e nada poderá nos fazer mal. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31).




[1] A expressão “naquele dia” em versos anteriores, faz referência a um dia de juízo terrível, no entanto, nesta passagem, a referência é ao dia da redenção do povo de Deus. Redenção esta pela qual os eleitos de Deus foram alcançados no sacrifício de Jesus e, a qual, ainda se espera plenamente na segunda vinda de Jesus.
[2] Nome para Deus no Antigo Testamento. O sentido do nome é explicado em Êxodo 3.14, onde se traduz, “Eu sou o que sou”. Assim interpretado, o nome indica a imutabilidade de Deus. Contudo, não indica a imutabilidade de seu ser essencial, mas sim a imutabilidade de sua relação com seu povo.

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